Por Rodrigo de Paula/ Plugcci-Comunicação
ENTREVISTA COM LOBAUM DA BANDA FUROA banda FURO é uma das atrações no Pequi Rock
Rodrigo de Paula - Fale um pouco sobre a banda Furo! Uma síntese da trajetória da banda e a volta já dentro do circuito de musica independente.
Lobaum - O furo é uma banda que foi formada há muito tempo, a gente pode dizer que a trajetória se inicia mais ou menos em 97, quando os meninos botaram o nome horrível de Bloody Pussy. Depois veio o THC, que tinha participação desse distinto jornalista que me entrevista agora, senhor Rodrigo de Paula. Eu entrei no finalmente de 98, quando a coisa virou Downjones. O nome Furo veio em 2002 mais ou menos, quando Zureba ainda cantava conosco. Há mais ou menos 3 anos, o cabeça, que era o batera, resolveu sair, foi morar em são joão del rei. Nesse tempo a gente até fez uns sons, mas sem compromisso pois a gente só se via uma ou duas vezes por ano. Há alguns meses surgiu a idéia de Lorena e Manéu tomarem conta das questões burocráticas e divulgação, coisa que nunca fizemos, então convidamos um rapaz chamado Alexandre Zuba, popular Tatu, grande companheiro de madrugadas sonoras, pra fazer um som e cá estamos.
Rodrigo de Paula - Qual foi a diferença dentro da cena no período BH e hoje na cena independente em geral!
Lobaum - Acho que não só em BH mas em todo canto, de uns tempos pra ca tem melhorado muito. Na verdade mesmo, em BH agora é que ta dando pra ver os primeiros sinais de que existe realmente uma cena independente. Esse tempo todo aqui conheci muita banda e tal, muita gente a fim dessa cena, mas era muito morno. Mas com isso tudo da galera de Cuaibá e depois todos os outros coletivos e tal, a internet funcionando de verdade, com acesso já bem mais democrático, a coisa vem tomando outros rumos. Parece que aqui demorou um pouco p chegar mas tem gente interessada e talentosa o suficiente pra crescer demais.
Rodrigo de Paula - Como foi tocar em Sabará (sobre público, organização, troca de experiências)?
Lobaum - Foi bom. A galera é bem positiva, nos receberam muito bem. Tocamos numa pracinha linda, chamada Praça Santa Rita. O palco era no coreto e a galera ficava debaixo duma arvore ou umas mesinhas na parte mais alta, foi bem legal a paisagem. O público foi bem legal também, como era uma praça com ruas em volta, bares e ainda choveu um pouco, a galera fica um pouco espalhada, mas isso não foi problema, a interação rolou. Confesso que fiquei devendo nessa troca de experiências, fiquei mais curtindo minha namorada e a galera do furo, que eu já não via a um mês mais ou menos. Nos divertimos bastante e descobrimos que lá em sabará eles alugam pé de jaboticaba, muito doido isso.
Rodrigo de Paula - Fale mais do novo trabalho fonográfico do Furo! Quais as músicas que
aponta e um contexto sobre as mesmas.
Lobaum - Recomeçamos há pouco tempo e o Furo já tem uma história. Por mais que a gente não tenha feito nesse longo tempo um disco certinho, disco mesmo de verdade, muita coisa que a gente fez é reconhecida pois rodou pela internet e de mão em mão através dos amigos e interessados, enfim, muita gente conhece nosso som e não dava pra voltar a tocar sem apresentar nos shows alguma coisa dessa trajetória. Selecionamos algumas músicas e montamos um repertório de musicas antigas, o que possibilitou participar desses festivais que tem rolado, a retomada, escambo,e os que estão por vir. Começamos a brincar com algumas músicas novas, algumas que já estavam prontas desde antes da lacuna, outras que surgiram por agora, mas ainda não temos noção de como vão ficar esses arranjos, o fato é que estamos animados pois são todas boas músicas e a gente está chegando num nível de entrosamento onde as coisas fluem mais. Ainda é cedo, mas eu estou otimista quanto ao disco que virá. Por enquanto, estamos publicando o disco que havíamos feito ainda com o cabeçudo na bateria.
Rodrigo de Paula - Como que você avalia o avanço de trabalho autoral que as bandas
independentes adtaram hoje.
Lobaum - Acho que, antes de mais nada, o trabalho autoral é um avanço. Enquanto a galera ficar reproduzindo o que ta pronto ou mesmo imitando trabalhos bem sucedidos só porque isso é mais fácil a cara da música brasileira vai continuar sendo aquela que nem vou citar. A idéia de que o trabalho autoral e independente é possível tem feito muita coisa mudar na industria fonográfica, no comportamento da juventude e até mesmo em concepções arraigadas de arte. Esta sendo processada uma ruptura nos canais de difusão da música e é a independência que permite isso. Ser “autoral” é ser independente. Ninguém que realmente acredita em sua música quer atrelar seu trabalho a esse propósito ridículo de produção
Rodrigo de Paula - No seu ponto de vista qual o parâmetro de mudança (positiva e negativa) na cena
Lobaum - Não sei dizer ao certo. Por mais que eu tenha estado mais presente
Rodrigo de Paula – Quais bandas de Montes Claros você aponta que está adotando a proposta de evolução da cena independente. (Qual está produzindo e se atualizando)
Lobaum - Nesse caso também, como não estou tão a par de tudo, não da pra saber ao certo o que está acontecendo. Sei de algumas bandas de amigos que tem dado seus passos. O vômer fez um disco muito bom e tem divulgado bastante, tão com uma formação muito bacana. O Ruído Jack também tem feito um monte de coisa. Além de soltarem músicas com uma certa freqüência, o que é incrível pois eles nem ensaiam (hahaha), eles tão fazendo camiseta, investindo em divulgação na net, acho que eles tão começando a tomar jeito. Musicalmente são muito legais. Outro dia assisti a um show do Seu Istilinga, gostei muito da produção musical, muito bem ensaiados, muito coesos. Apesar de não curtir muito o reggae achei a galera muito competente.
Rodrigo de Paula - Quais são os próximos almejos da banda, e próximas apresentações?
Contatos para shows e informações do FURO.
Lobaum - Próximo show é no Pequi Rock,
Estamos acabando de masterizar o disquinho e arte ta quase pronta também. Não da pra prever também, mas arrisco a dizer que até o fim de novembro, no máximo, a gente consegue colocar o cdzinho na roda.
O contato é com Lorena ou Alan, da produtora estéreo, pelo email bandafuro@yahoo.com.br ou myspace.com/bandafuro ou pelo orkut.
0 comentários
Postar um comentário